O que começou ontem como um punhado de reclamações sobre um banner
hoje virou estado de reviravolta, com duas organizações que têm se
destacado na luta pela liberdade da informação colocadas em lados
opostos. O resultado é que o Anonymous deixou de apoiar o Wikileaks.
Na quarta-feira, 10, oAnonymous soltou pelo Twitter a seguinte
mensagem sobre o Wikileaks: “Vazamentos agora somente por pagamento?
Ficaram totalmente loucos ou passaram para o lado da Suécia?” Acontece
que o site criado por Julian Assange passou a exibir um banner na página
que hospeda conteúdo sobre agências de inteligência no mundo todo.
Se quiser acessar, tem de pagar por isso, seja em dinheiro (US$ 15,
US$ 25, US$ 50, US$ 100) ou em compartilhamento via Twitter ou Facebook.
Também dá para ver o conteúdo se você esperar por um tempo, até que a
página seja liberada.
Ironicamente, é possível fazer as “doações” usando cartões de
Mastercard e Visa, que já chegaram a boicotar o Wikileaks. Na época em
que isso aconteceu, o Anonymous se voltou contra as empresas e ficou ao
lado do time de Assange, algo que não está sendo esquecido pelo grupo
hacker.
O Anonymous disparou uma série de tweets pedindo boicote ao
Wikileaks, dizendo que o site instituiu um paywall, enquanto isso o
Wikileaks se manteve longe da discussão. Apenas um tweet foi enviado,
sem citar ninguém, mas informando que não há exigência de pagamento.
Só que a coisa tomou uma proporção maior. Nesta quinta-feira, 11, os
hackers divulgaram um comunicado acusando a equipe do Wikileaks de ter
se esquecido dos motivos pelos quais o site foi criado. Também dizem que
a situação de Assange, que está asilado na Embaixada do Equador em
Londres para não ser extraditado para a Suécia (e, talvez, aos Estados
Unidos), ofuscou as intenções originais do Wikileaks.
“A conclusão para nós é que não podemos mais apoiar o que o Wikileaks
se tornou – ‘O Show de Julian Assange’. Mas também queremos deixar
claro que vamos continuar apoiando a ideia original por trás do
Wikileaks: liberdade de informação e governos transparentes”, diz o
grupo. “Infelizmente, entendemos que o Wikileaks não mantém mais essa
ideia.”
Atualizado 12/10/2012:
De acordo com várias fontes, o site Wikileaks.org removeu o banner
que pedia doações, e as postagens não estão obrigatoriamente pagas, o
site apenas requer doações para ajudar na manutenção e nos custos do
site, o twitter que aparece na imagem de acordo com fontes também não é
confiável, portanto não se trata de um assunto mundial essa quebra de
parceria, diversos grupos ainda estarão apoiando e somente se os motivos
fossem 100% verdadeiros é que haveria uma quebra de parcerias.
Imagem do site Wikileaks (clique para ampliar):
Ou veja o site aqui aqui.
Imagem do comunicado Anonymous pelo Twitter (clique para ampliar):